quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sinto muito em te dizer, amor, mas eu estou carente.
Estou carente, de mim, não de ti.
Ando procurando desajeitadamente, aquilo que me pertence, em outros mundos.
É injusto. É desleal. É pesado.

Hoje não quero badalar, não quero ressaca de vinho barato, não quero gastar o que não tenho.
Hoje à noite eu quero ficar em casa de bobeira, de pijamas.
Quero Simone de Beauvoir, quero liquidações de sebo online,
Quero flores perfumadas, biscoito molhado no leite quente,
Quero colo de mãe, quero dormir cedo,
Quero a delícia de estar só, mas não me sentir só

Hoje eu quero eu mesma, não..
Talvez tenhamos nos apaixonado da forma errada.

E se for para sair, quero ir só.
Talvez um amigo venha a calhar, para adoçar, para desabafar.

Vai-te embora com este egoísmo,
Mastiga o teu orgulho
Engole esta carranca, com cachaça.
Mas, se embriague para lá, pois hoje eu vou para cá.

Hoje, assim, quero assim.
E amanhã, será?

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