domingo, 22 de janeiro de 2012

Walk

"I'm learning to walk again.
I believe I've waited long enough.
Where do I begin?

I'm learning to talk again.
Can't you see I've waited long enough.
 Where do I begin? "

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ócio Produtivo - Breve Comentário Rabujento

Lembro-me uma vez, quando conversava com uma amiga de minha mãe no telefone, eu tinha à perguntado o que ela havia feito durante o dia. E ela me respondeu que não tinha feito NADA. E insatisfeita com sua resposta, tornei à repetir a mesma pergunta por duas vezes, e recebi a mesma resposta. E mudei de assunto.
Mas depois, em mais um papear com minha mente, passei a indagar sobre. Afinal, não há como passar o dia sem fazer NADA. Talvez tenha sido o jeito dela ao expressar que não havia feito nada de produtivo ao longo do dia. Porque você pode passar 24 horas deitada em seu leito. Mas você terá que ir ao banheiro, comer, pensar, respirar... Nosso corpo não para de funcionar, o coração permanece bombeando sangue. Podemos concluir que mesmo no absoluto repouso, estaremos em atividade. Portanto, não há como estar sem fazer NADA. E ponto. Deixarei de rabujices.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Senhora Verdade

Por tanto tempo a persegui. Só Deus sabe as intermináveis horas que girei sobre o edredom, em sintonia com meus pensamentos. E em todas as fantasias construídas. Eu voava. Ás vezes cansava-me de tantas suposições e nenhuma concretude. E desistia, pelo menos temporariamente. Mas a busca, pela verdade, continuava à insistir em meus pensamentos. Talvez infames; talvez íntegros. Não importava. Pensamentos inconstantes, bipolares. Quanto mais eu ansiava por respostas, cada vez mais improváveis elas pareciam. E eu decidi, com veemência, que só conseguiria abandonar todas aquelas amarguras se exigisse a verdade. Sem cobranças, ou dramas. Estava farta disso. Seria objetiva e sincera. Pois talvez assim. Esse desprezível sentimento do inacabado, do mal resolvido, que me torturavam constantemente, poderia dissipar-se.
E disparei à saciar meu desejo. Independentemente da aprovação, ou consentimento. Finalmente, decidi que nada me faria interromper meu plano. Entretanto (que palavra triste, como já ouvi em algum lugar), dias depois, à pensar. Mudei de ideia. E vi que neste momento a verdade nada mais adiantaria. Existe tanto para se viver. Para que perder tempo com assuntos que terão o fim que eu já conheço. Não há razão de machucar-me mais uma vez. "Há tanta vida lá fora". Não vale a pena quaisquer esforços para ''solucionar'' este problema que, já deixou de existir há tempos. Eu quero e mereço o melhor. Não abrirei mão da busca de minha felicidade, ou de meus sonhos por incertezas. Impossível prever. Se a verdade iria me libertar . Deixemos os defuntos em paz.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Nada ficou no lugar

Eu quero quebrar essas xícaras. Quero quebrar os porta-retratos. E rasgar as nossas fotografias. Gritarei até ficar rouca. Toda a minha dor e sofrimento. Tatuarei seu escárnio. E sua tirania. Eu vou publicar os seus segredos. E seus medos. 
Que é pra ver se você volta. Pra mim.  Farei o impossível. Para descontar toda minha raiva. E destilar todo meu rancor. E te ter de volta. Reconquistar sua atenção.

Música: Mentiras - Adriana Calcanhoto

Se você me ama



Seja direto, por favor. Estou saturada de indiretas. E de indecisão. De fragmentos desconexos. Mal entendidos e amor platônico. Sinceramente, diga logo. De uma vez, sem receios. Ligue, novamente. Envie mensagens, escreva poemas. Me acorde com beijos. Ou flores. E você. Inteiramente, por completo. Dane-se o mundo. Aquelas pessoas. A hipocrisia. O falso moralismo. Esqueça dos seus amigos, ao menos uma vez. Me abraçe com ternura. Segure minha mão. E sigamos juntos. Sem medo. Ou talvez não precise de nada disto. Basta apenas você. É minha única exigência. Nos dois e nada mais.
Diga-me de uma vez. Seja conciso e resoluto. Ou se vá. Te espero por tanto tempo. Vivemos esse indefinido. Decida-se ou esqueça-me. Não quero migalhas. Dedique-se . E o faça verdadeiramente acontecer.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dias Cinzas

Ana havia realmente tido um péssimo dia. Logo depois de despertar, teve uma conversa franca com sua mãe. Falou sobre suas angústias mais íntimas. E sobre muitas coisas. Seu corpo estava dolorido e a cabeça latejava. A mãe pouco disse. Seu olhar terno buscava esconder o sofrimento tatuado em seu rosto. Mas conversar com alguém de confiança, fez Ana refletir. Ver que talvez estivesse sendo demasiadamente pessimista. E que se estava insatisfeita com alguma situação, ela deveria primeiramente analisar. E mudar suas atitudes. E principalmente, deveria acreditar em si mesma. E deixar um pouco de lado o alheio.
E ela encheu-se de alegria e paz. Fez planos, enfeitou-se e declarou que aquele dia não ficaria mais em casa. Depois de tanto tempo, teria um dia feliz. Mas infelizmente, isso não permaneceu. Minutos depois, vieram os problemas. As cobranças, os afazeres. E o bem-estar não foi suficiente para acalentá-la e ele evaporou tão rapidamente como água sendo aquecida nos Andes.
O luto voltou. A partir daquele momento. Desdenharia de todas as possibilidades. Como se tudo perdesse vitalidade. E ficasse cinza, de repente. E todos eram inimigos. E tudo estaria ruim e tudo estaria descontente até que retornasse para casa.  E faria tudo para que seu anseio fosse atendido. Pois lá era o seu refúgio, e ninguém a ameaçaria lá. E Ana se esconderia, até o fim do dia. E antes de dormir, sonharia que o outro dia fosse melhor. E rabiscaria, em seu caderno:

Dias Cinzas

Novamente,
Terei mais um dia cinza?
O vazio permeará abundantemente?
E ninguém aparecerá para colorir as nuvens
E alegrar os ponteiros
Que teimam em não andar?

E Ana ficaria frustada. Sua visão cinza à diria que poemas não eram para ela. Ao menos sabia fazer um esquema de rimas. E não procuraria, palavras para se encaixarem. Estava exausta. Se sentia incapaz, inferior. Logo, não poderia fazer um soneto. Suas frases nunca passariam de desprezíveis versos brancos. Jogaria o papel em um canto. E clamaria, que o dia seguinte fosse melhor.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"Sou uma cética que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida."
"Sem apego, sem melancolia, sem saudade. A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções."
"Era um homem que aparentava trinta anos, magro,
mais alto que baixo, curvado exageradamente quando sentado,
mas menos quando de pé, vestido com um certo desleixo
não inteiramente desleixado. Na face pálida e sem interesse
de feições um ar de sofrimento não acrescentava interesse,
e era difícil definir que espécie de sofrimento esse ar
indicava — parecia indicar vários, privações, angústias, e
aquele sofrimento que nasce da indiferença que provém de
ter sofrido muito. (...)
Passei a vê-lo melhor. Verifiquei que um certo ar de
inteligência animava de certo modo incerto as suas feições.
Mas o abatimento, a estagnação da angústia fria, cobria tão
regularmente o seu aspecto que era difícil descortinar outro
traço além desse."
Livro do Desassossego

domingo, 1 de janeiro de 2012

Você consegue?

  Perceber que juntos poderemos ser melhores? Poderemos progredir. E ir à qualquer lugar deste mundo. Poderemos finalmente preencher o tédio daquelas tardes de verão solitárias?
Somos parecidíssimos e desiguais. Entre encontros e desavenças, possuímos harmonia.
Porque ainda insiste em fugir e negar. Algo que é visível. Anos se passaram, ficamos sem nos falar. Estamos diferentes, como tudo à nossa volta. Você me deixou por ela, e no desfecho teve grandes decepções. Eu tive de deixá-lo partir. Não amei mais. E me perdi. E perdi muitos afetos. Não me entreguei por inteiro à nada. Tudo ficou pela metade. Nada foi concluído com vigor.
  E a magnífica roda-gigante prossegue ininterruptamente. Entretanto, quando nos encontramos. E falamos de nossas dores, e de nossos corações insalubres. Dos sonhos perdidos e das ilusões partidas. E quando você me olhou com ternura. A tristeza sumiu de seu semblante naquele instante. Seus olhos mancebos riam para mim. E seus braços puxaram-me para um abraço. E os meus deslizaram, entregaram-se aquele aconchego. Depois de tanto tempo, você estava novamente comigo. Não apenas de corpo, mas de alma. Seu cheiro embalou-me até o separar de nossos corpos. Foram segundos eternos.
  E depois, falamos sobre passados. O engraçado é que depois do fim, insistimos em falar do passado. Será porque secretamente aspiramos que tudo aquilo volte, só que consertemos nossas contudas e rasguemos orgulhos. De modo que tenhamos mais possibilidades. De sermos felizes e de nos amarmos? Ou será porque não temos um presente juntos. E temos receio de que não dê certo outra vez. Que tudo irá se dissipar e que no fim, como fizeram os outros conosco, estaremos solitários e mais mutilados que nunca? Ainda não possuo a resposta. Não sei onde a encontrar.
  Enquanto não decidirmos o destino de nós. Arriscar ou dar adeus. Complicadíssimo, mas não impossível. E permanecemos nesse embate. E as horas passam. E permanecemos distantes. Fisicamente, porque de pensamento, estamos irmãos.